sexta-feira, 30 de julho de 2010

4° FESTIVAL DE INVERNO DE ENTRE RIOS DE MINAS II

A cidade de Entre Rios esteve em festa entre 18 e 21 de julho, com faixas anunciando o 4º Festival de Inverno da região. Os meus balõezinhos da década de 50 serviram de ilustração para banners, camisetas e cartões. A cidade se movimentou em torno das diversas formas de arte.
Como das outras vezes, o quartel general foi a Escola Municipal Dom Oscar desativada na época de férias. No auditório das Irmãs aconteceram os shows e nas salas de aula as oficinas.
Neste blog procurei valorizar o trabalho quase anônimo da equipe de jornalismo, organizada especialmente para divulgar as atividades do festival. Numa pequena sala com quatro computadores, um grupo de jovens coordenados por Ana Carolina, atuou com maestria desde o primeiro Festival e todos os dias suas informações eram publicadas num jornalzinho. A edição diária do informativo retratou com fidelidade tudo o que ocorreu nos quatro dias do festival e merece ser disponibilizada num site ou blog, para estar acessível a todos os que, como eu, puderam participar apenas parcialmente do Evento. Destaco, entre aspas, alguns dos textos dos informativos.
Na abertura, tivemos a presença do novo presidente Antonio Eugênio de Salles Coelho que veio especialmente do Rio de Janeiro onde se encontrava de férias para ser apresentado às pessoas que ali estavam. “Antonio Eugenio ressaltou a importância da existência de eventos como o Festival, que agrega inúmeros valores sócio-culturais e formação constante no município. Ressaltou também o papel do IMHA em dar continuidade a eventos como esse, conseguindo os recursos necessários para que seja possível trabalhar ainda mais com grandes propósitos culturais na cidade e no meio rural”.
Sobre os eventos:
A abertura do Festival de Inverno apresentou o espetáculo de dança “Sertão Andaluz” com o Grupo Márcia Gelape Mutiarte. “Os passos do flamenco ao som de “Romaria” provaram que há parentesco entre a moda de viola caipira e o flamenco, trazido ao Brasil pelos povos que viviam na Andaluzia (sul da Espanha) e aqui aportaram fugindo da inquisição.”
No segundo dia foi apresentado o espetáculo “Sem palavras” com o mímico Julio Margarida. Segundo ele “um mímico é um poeta que não usa papel nem caneta. Sem palavras ele fala todas as línguas do mundo. Todos os corações presentes no auditório do Colégio compreenderam, riram e se emocionaram com o espetáculo de mímica “Sem palavras”. A inspiração foi a própria filha – quando se tornou pai, sentiu-se capaz de tudo para fazer seu bebê sorrir. A participação da platéia foi essencial no espetáculo. As crianças, em especial, envolveram-se e fizeram torcida pelo personagem Bindo. É por isto que todo dia é uma estréia e não há um espetáculo igual ao outro, confidenciou Julio.”
No terceiro dia, na Igreja de Santa Efigênia, dois grupos se apresentaram com grande sucesso. “É preciso sentir a música, colocando sentimento, cantar com gosto, cantar com a alma” nos disse Frederico Boelsums ( Tuca). O grupo cantou composições de Elomar, que preserva as cantigas rurais, do gênero caipira de raiz.”
Sobre a banda Diapasão: “Os jovens músicos Rodrigo Lana ( piano), Alexandre Andrés ( flautas), Gustavo Amaral ( baixo e violão), Leandro César ( violão) e Adriano Goyatá ( bateria e marimba) levaram ao publico sonoridades diversas com composições próprias e arranjos de compositores brasileiros que são referencia para o trabalho do grupo.” Foi um momento de encantamento.
No quarto dia, encerramento do Festival, o espetáculo “Não se diz um “sim” assim atoa” do Projeto Cine Horto Pé na Rua misturou cenas de teatro com a música de Tom Zé, abordando de forma lúdica o tema da violência contra a mulher.
A Dança da Manguara, com figurino confeccionado para o grupo do José de Arimatéia durante oficina ministrada no festival, encerrou na rua o 4° Festival de Inverno de Entre Rios de Minas.
Sobre as oficinas:
“Uma das oficinas mais requisitadas pelo Festival foi a oficina Circo, com Alexandre Marques e Luciana Zola. Alexandre ministrou também Capoeira para jovens e Luciana dança espontânea para crianças. Nesta oficina Luciana trabalha o movimento, que segundo ela, “deve vir de dentro para fora”. O intuito é fazer com que os participantes da oficina resgatem o conhecimento do próprio corpo e suas capacitações, tanto físicas quanto criativas. Quem conhece o próprio corpo conhece a si próprio, conta a professora.”
Serginho Silva ofereceu a oficina Congo Brasil e “apresentou uma variedade de instrumentos e ritmos para seus alunos. A sala de aula transformou-se num show de sons. Ao mesmo tempo, os alunos conheceram um pouco das raízes da cultura musical mineira e estabeleceram contato com seu intimo. Segundo o mestre, “a musica, como linguagem universal, também é comunicação”.
“O professor Bueno Rodriguez explicou aos alunos sobre a fisiologia do aparelho fonador e mostrou como trabalhá-lo em função do que se almeja, seja o canto ou a fala. Os alunos receberam valiosas dicas e aprenderam exercícios de aquecimento vocal, que, segundo Bueno, “são de grande valia, porque intensificam as intenções vocais segundo os anseios de cada um.”
“A Arte de representar foi ministrada por Wagner Ribeiro de Paula (o Faustão), que esteve participando pela primeira vez do Festival. A intenção da oficina foi resgatar a produção teatral de Entre Rios de Minas e tornar o teatro rotina na cultura do município.”
“A musicalização auxilia no aprendizado, pois melhora a concentração e a coordenação motora”, explicou Emerson Fonseca. “E ainda ajuda as crianças a aprender matemática, ciência que é a base da música. A resposta das crianças é sempre positiva.”
Mônica Lopes, que dirigiu a oficina de cerâmica deu o seguinte depoimento: “A argila não se presta apenas à decoração – ela nos proporciona saúde mental. O importante não e o resultado final, mas o processo em si – relaxar e se divertir, cozinhando arte e argila, com sabor de criatividade.”

*Fotos de Júlio Margarida e Pedro Fernandes

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