quarta-feira, 26 de setembro de 2012


RAMAKRISHNA


As cores do poente destacam a silhueta do templo de Ramakrishna, em Bangalore, enquanto vozes masculinas e femininas entoam o cântico vespertino.
Um jovem sannyasin roda o turíbolo com o fogo sagrado, em atitude de reverencia.
Ramakrishna também foi um desses jovens. Viveu na Índia nos fins do século passado, era um devoto da divina Mãe Kali e com ela conversava diariamente.
Reconhecido pelo povo como Encarnação Divina, Ramakrishna fundou uma ordem para propagar seus ensinamentos e a unidade de todas as religiões.
Na Índia, a pessoa iluminada entra em contato com energias superiores e se torna Um com o Deus Pessoal e Impessoal. Ramakrishna teve a mesma experiência em todas as religiões, tornando-se Um com Cristo, Buda, Maomé, a Divina Mãe e outros Avatares. Falou com a autoridade de quem realmente se elevou acima da densidade da terra e entrou na imensidão da energia Divina.
Através dos ensinamentos de Ramakrishna e Vivekananda, comecei a me interessar por Yoga, na década de 70, e senti desde o inicio uma ligação muito forte com esse mestre indiano e seu discípulo Vivekananda. A minha busca holística encontrava ressonância na atitude do mestre em não aceitar nada sobre autoridade de segunda mão. Ele sempre quis conhecer a Verdade diretamente.
Praticou como investigador cientifico todas as grandes religiões do mundo, obedecendo seus rituais e realizou o estado de comunhão com Deus em todas elas.
Ramakrishna abriu caminho para o encontro ecumênico de todas as religiões. A realização de Deus, ou o encontro com o Absoluto, depende unicamente de uma sincera busca espiritual.
“Revela-te em meu coração” é o mantra a ser repetido para se alcançar a revelação do Deus pessoal, seja ele Cristo, Buda, Maomé, Krishna, Ramakrishna ou a Divina Mãe. O encontro com o arquétipo da Divindade gravado no coração do Ser é o primeiro passo para a Realização do Deus Impessoal sem forma, sem nome. Mas, se a pessoa se apegar à experiência do Deus pessoal é impedida de alcançar a Consciência Universal. Ramakrishna era profundamente ligado à Divina Mãe Kali. “Tome a espada do discernimento e me corte ao meio”, ordenou-lhe a deusa. Assim fez Ramakrishna para alcançar a realização do Imensurável que existe além de todas as formas.
Ramakrishna alertava seus discípulos que os poderes psíquicos e o poder de curar são obstáculos na senda da conquista da Consciência Divina. A realização de Deus é um caminho direto, sem desvios.
Um dos grandes discípulos de Ramakrishna , Swami Vivekanada, introduziu o Vedanta para o mundo ocidental, quando participou em 1893 de um congresso de religiões em Chicago, nos Estados Unidos.
A clareza de sua palavra causou a mais profunda admiração entre os presentes.

Fotos de arquivo e da internet

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012


A CONQUISTA DO ESPAÇO


 “A sonda norte americana Voyager 1, lançada em 5 de setembro de 1977, entra em um mundo até agora inexplorado, ultrapassando os limites do nosso Sistema Solar. Faz 35 anos que ela deixou a Terra e,a mais de 18 bilhões de km de nosso planeta . A Voyager 1 está prestes a se tornar o primeiro objeto de fabricação humana a ultrapassar esse limite e alcançar o espaço interestelar. Carrega um disco chamado “Voyager Golden Record” contendo imagens e sons representativos da história de nosso mundo: um gráfico com a posição da Terra no espaço, a estrutura do DNA, sons  de animais, uma seleção musical e ainda mensagens em 55 línguas diferentes.” (Jornal  Hoje em dia, 6/9/2012)

Relembro a minha fase de pintura espacial, realizada nos fins da década de 60, em meu atelier em Belo Horizonte. Em 1969, quando Neil Armstrong pisou na lua pela primeira vez, eu inaugurava uma exposição desses quadros no Rio de Janeiro. A semelhança das fotos publicadas pela mídia celebrando o evento, com meus quadros espaciais, despertou a atenção de jornalistas que foram me entrevistar sobre aquela coincidência.

Transcrevo algumas críticas da época sobre a minha fase espacial:

         “O artista é o grande pioneiro, como sempre foi, da conquista universal. Quantas vezes descemos em Vênus com um poema? Quantas atmosferas foram criadas com a matéria pictórica, quantos azuis transpassados. E tudo num ato de amor, num vôo, num desejo panorâmico de ver, conhecer e habitar de felicidade.
         Um destes artistas é a mineira Maria Helena Andrés, que exporá dia 5 na Galeria do Copacabana Palace, e que marca a primeira exposição de temas interplanetários”. (Walmir Ayala em “Os engenhos voadores”, Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 2 de agosto de 1969)

“Maria Helena Andrés, sobretudo em suas grandes telas, com domínio perfeito da técnica, espatulada, organizada e rítmica, obtém efeitos de grande beleza cromática. São aparentes suas referências dramático-poéticas, de naves naufragadas ou aviões estraçalhados no espaço.”(Aracy A. Amaral, São Paulo, 1968)

“Maria Helena Andrés andou sempre adiantada em sua época, desenhando, pintando, escrevendo coisas que sequer seus contemporâneos pensariam ou acreditariam, tais como suas naves e viagens interplanetárias. Dessas viagens pelo onírico às viagens reais pelo mundo, levou e trouxe conhecimentos que, numa troca de valores, consolidaram sua estatura de intelectual e artista, e uma filosofia de vida singular. Tem lugar definido nas artes plásticas do nosso país e é orgulho de todos nós.” (Mari’Stella Tristão, Estado de Minas, 1988)

         “Por volta de 1964, Maria Helena Andrés, fundindo o significado simbólico das embarcações com chamamentos diretos da contemporaneidade, passou a figurar, na mesma crescente diluição quase abstrata, máquinas voadoras num universo de sonho e luminosidades metálicas.” (Roberto Pontual, Rio de Janeiro)

“Há muito familiarizada com os temas que sugerem caminhadas espaciais e aeronaves passeando o céu, a artista obtém na monumentalidade mural, um extraordinário efeito. Sobre uma imensa superfície azul repousa uma viagem. O percurso taticamente mantido sem insinuações explícitas, estabelece a possibilidade vital do vôo criativo. O público caminhará à esteira do sonho.” (Celma Alvim, apresentação do catálogo da exposição de pinturas realizada na Sala Manoel da Costa Athaíde, Museu da Inconfidência em Ouro Preto, Fevereiro de 19)

“Há uma longa fase de sua pintura em que os barcos, navios, se tornaram bastante visíveis. Depois, por volta de 1964, ela passou a figurar máquinas voadoras hoje cristalizadas numa pintura que se pode chamar de “figuração científica”, pois refletem a preocupação da artista pelos últimos acontecimentos da “era espacial”: os cosmonautas chegando à lua. Toda esta pintura reflete um temperamento sonhador, talvez um tanto romântico, com projeção de estados oníricos”. (Márcio Sampaio, “Maria Helena Andrés: Arte vivida dia a dia”, Revista Minas Gerais - Ano 1, nº 1, Belo Horizonte, março/abril de 1969)

*Fotos de arquivo e da internet

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