terça-feira, 18 de junho de 2013

ARTES VISUAIS EM MINAS GERAIS

A historiadora Marília Andrés Ribeiro acaba de lançar um novo livro Introdução às artes visuais em Minas Gerais onde aborda um panorama da arte mineira moderna e contemporânea desde a implantação da Escola Guignard até os projetos atuais. Marília discute o contexto histórico e o circuito artístico, e divide o livro em três momentos interligados: o modernismo (anos 1940/50), as neovanguardas (décadas de 1960/70) e a arte contemporânea (anos 1980 até o inicio do nosso milênio).
Em 1997, Marília publicou o livro Neovanguardas: Belo Horizonte, anos 60 que, segundo o crítico Frederico Morais “é uma referência bibliográfica obrigatória para todos os estudiosos da história da arte moderna e contemporânea brasileira, em um de seus capítulos mais atraentes”. No seu prefácio para o este novo livro, Frederico Morais continua: “Bastaria aquele livro sobre as neovanguardas em Belo Horizonte na década de 1960, para consagrar Marília Andrés Ribeiro”.
As neovanguardas ilustram uma passagem histórica de grande importância para a compreensão da arte como rompimento de estruturas arcaicas e incentivadora de novos caminhos. “Com efeito”, nos diz Frederico, “foi na capital mineira, entre 1964 e 1973, aproximadamente, que se levaram a cabo algumas das propostas mais arrojadas e polêmicas da plástica brasileira de vanguarda, apoiadas por uma crítica militante e criativa”.
O prefácio de Frederico, muito claro, vai mostrando os acontecimentos que impulsionaram os artistas a se manifestarem. Nos salões da Reitoria os artistas e os críticos se reuniam para combater o paisagismo repetitivo dos seguidores de Guignard, e, principalmente, a situação de extrema repressão que se instalou no Brasil com o regime militar. No itinerário das neovanguardas, Marília transmite a sua alma de política libertária.
Frederico Morais, escolhido pela autora para prefaciar seu livro, exerceu em Minas um grande papel, como incentivador de novos caminhos e defensor da liberdade de expressão. Ninguém melhor para prefaciar este livro sobre as artes visuais em Minas Gerais doque Frederico Morais, crítico e artista, radicado no Rio de Janeiro, mas grande conhecedor dos movimentos de arte que tumultuaram uma sociedade arraigada à tradição: a “tradicional família mineira”.
Neste livro atual, Marília analisa as artes visuais em Minas, acompanhando as diversas fases e mudanças que nos fizeram chegar até a arte contemporânea e a nossa mineiridade como uma energia sempre atuante fora do eixo Rio/São Paulo. De Minas para o mundo é o que eu sinto quando acompanho a nossa mutação, desde o esplendor do barroco mineiro até os dias atuais. Arte e vida sempre juntas, levantando bandeiras!
Lembramos aqui as palavras de Cecília Meirelles para o Romanceiro da Inconfidência:
“E a bandeira já está viva e sobe na noite imensa, mas seus tristes inventores já são réus pois se atreveram a falar de liberdade que ninguém sabe o que seja”.

*Fotos de Pedro Oswaldo Cruz, Maurício Andrés, Cecília Figueiredo, Elena Andrés Valle e de arquivo

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