sábado, 1 de março de 2014

OLHE BEM AS MONTANHAS

 Cantor, violonista, flautista, compositor e arranjador, o músico Alexandre Andrés vem sendo reconhecido como um dos artistas mais promissores da nova geração em Minas Gerais. Alexandre Andrés vem desenvolvendo um trabalho criativo intenso, tanto na música instrumental quanto no terreno das canções, feitas em parceria com o letrista mineiro Bernardo Maranhão e registradas nos dois primeiros CD de Alexandre, “Agualuz” (2009) e Macaxeira Fields (2012). Para esse show no Teatro SESC Palladium, Alexandre lançou seu terceiro álbum autoral, intitulado "Olhe bem as montanhas" que contará com um repertório que mescla canções e obras instrumentais. O CD foi gravado em dezembro de 2013, contando com a participação, além de Alexandre, dos músicos Rafael Martini, Trigo Santana e Adriano Goyatá e do renomado engenheiro de som, Chico Neves. 

Quando Alexandre nasceu, eu me encontrava na Índia, com um pequeno grupo de brasileiros. Havíamos visitado o ashram de Ramana Maharishi, situado no sul da Índia, junto à montanha de Arunachala.  Arunachala é considerada montanha sagrada, onde o deus Shiva apareceu em forma de uma coluna de luz. Há cânticos devocionais em torno desta montanha, as pessoas vêm de longe para reverenciá-la. Na despedida do ashram viemos cantando Arunachala Shiva Shiva, até que ela sumisse na curva da estrada. Foi quando me surpreendi cantando “Alexandre, Shiva, Shiva”.
Meu neto, Alexandre Andrés, naquele momento, nascia no Brasil. Hoje, este mesmo neto já tem 23 anos, é um músico conhecido no Brasil e no exterior, já percorreu o mundo, já esteve em Nova York, produziu vários Cds e o último, Macaxeira Fields, conquistou recentemente o prêmio de melhor música brasileira, concedido por um grupo de críticos e jornalistas do Japão.
O CD Macaxeira Fields foi editado no Japão e este próximo, que está sendo lançado em Belo Horizonte, também seguirá para o Japão.
No momento, Alexandre está prestando homenagem às nossas montanhas. “Olhe bem as montanhas” foi o título escolhido por Alexandre para este novo CD. Lembro-me de Manfredo Souza Neto e seus adesivos que, colocados nos carros, percorriam a cidade. Agora a música de Alexandre homenageia as montanhas.
A música, de todas as artes, é a que mais toca a sensibilidade das pessoas. Através da música, penetramos na floresta Amazônica, sentimos a unidade do planeta, tomamos consciência de que estamos morando num lugar privilegiado, cercado de montanhas. Alexandre e sua equipe de jovens artistas está tocando para as montanhas, para que elas sejam consideradas sagradas como a montanha de Arunachala, na Índia, e não como uma fonte de lucros materiais.
Que a música abra a nossa consciência para esta ligação que temos com a terra, com as águas, as montanhas e os céus de Minas.

Lembro aqui as palavras de um grande índio, o Chefe Seattle:
“Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? Essa idéia nos parece estranha. Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível comprá-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e experiência de meu povo. A seiva que percorre o corpo das árvores carrega consigo as lembranças do homem vermelho.”
“Olhe bem as montanhas” vai percorrer o mundo com a sua mensagem de paz.

*Fotos de arquivo, de Maria Helena Andrés e da internet

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