quarta-feira, 1 de outubro de 2014

ARTE MODERNA, UMA REVOLUÇÃO NAS ARTES

O texto abaixo foi extraído do meu livro “Vivência e Arte”, editado nos anos 60.

“A França desde o século XIX tornou-se o principal centro das artes. Seria então justo lembrar, ao iniciar este trabalho sobre arte moderna, que a maioria dos seus movimentos artísticos teve início em Paris e ali se desenvolveu.
         Contra a arte decadente e imitativa da academia, começaram a germinar em França as primeiras ideias revolucionárias. Daí surgiu o movimento moderno de renovação. A arte passou, novamente, a ser vivida pelos artistas como fonte de criação pura, e não imitação da natureza. Como pesquisa, e não submissão. Como experiência pessoal, e não cópia servil. Não falo aqui, especialmente, da arte abstrata, mas da abstração na obra de arte, qualidade essencial, indispensável, para haver criação autêntica.
         O artista pode partir do modelo, mas depois transforma linhas, muda cores e cai na abstração. O que a arte moderna fez foi, justamente, recapitular estas verdades, esquecidas pelo academismo. A revolução moderna foi um despertar do sono e do espírito de acomodação, dominante até o princípio do século XIX, para redescobrir valores e concepções eternas da verdadeira arte.
         Segundo Flávio de Aquino, inventar foi o grande feito do nosso século, em todos os terrenos do conhecimento humano". Inventar, também, foi a maior realidade da arte contemporânea, acompanhando o progresso científico do século XX.
         Com a inquietação dos artistas modernos, ávidos de liberdade, mundos desconhecidos foram revelados e a arte passou a ser a expressão de sentimentos puros, transfigurados pela personalidade dos autores.
         Segundo Pe. Collet, "a arte é a impressão digital duma civilização. Transmite, de certo modo, aos séculos seguintes, o testemunho vivo do melhor e do pior da época, e antecipa também o futuro, pois o artista, mesmo inconscientemente, recebeu o dom da profecia."
         Não são as telas de Chagall, cheias de um surrealismo lírico, como que uma visão antecipada dos acontecimentos mais recentes, que movimentaram o mundo, como sejam a conquista dos espaços interplanetários?
         Vivemos no século da máquina, da indústria, as descobertas científicas tentando dominar as forças do espírito, pela própria força da matéria. Esta preponderância da matéria sobre o espírito marcou pela violência quase toda a arte do nosso tempo.
         O século em que se inventaram os campos de concentração, que deu origem a duas guerras implacáveis, em que se descobriu a força destruidora da energia atômica, que usou do progresso material contra todos os direitos da pessoa humana, não mereceu outra ilustração a não ser a Guernica de Picasso.

*Fotos da internet

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