quarta-feira, 11 de março de 2015

REFLEXÕES SOBRE A EXPOSIÇÃO “FOTOGRAFIA E NATUREZA”

No dia 14 de março de 2015, a Galeria Lemos de Sá, em parceria com o Instituto Maria Helena Andrés, inaugura uma exposição de 4 artistas plásticos pertencentes a diferentes gerações, mas unidos por uma temática comum: a NATUREZA, estudada através dos 5 elementos da matéria, terra, água, fogo, ar e éter. A temática nos faz refletir sobre a nossa identidade com a natureza. Na realidade, somos parte da natureza.
Cabe aos artistas trazer esta mensagem ao mundo, através das diversas formas de arte.
Terra
Estamos na zona metalúrgica de Minas Gerais, onde a natureza construiu, ao longo de milênios, um território cheio de riquezas. As terras de Minas têm variações de cores de grande beleza. Eymard Brandão nos dá o testemunho do elemento Terra. Há muito tempo ele vem pesquisando o entorno de seu atelier em Nova Lima. Eymard fotografou pacientemente as pedras reluzentes, o chão onde as marcas dos caminhões traçam um desenho de força e poder. Eymard  recolhe as pedras e a terra revolvida. Seu testemunho está ali, fotografado e ampliado em quadros. Os caminhões passam deixando sua marca no chão.
Água
Pedro Ariza veio de Málaga, no sul da Espanha, junto ao mar Mediterrâneo. Ali seu avô era agricultor e operador de cinema. Desde cedo o menino teve contato com películas cinematográficas, trabalhava junto com os tios, como aquele menino do filme “Cinema Paradiso.” Daí veio a sua vocação para a fotografia.
Para esta exposição na Galeria Lemos de Sá, sob a curadoria de Marília Andrés Ribeiro, Pedro nos trouxe um documentário do mar mediterrâneo. A água, o segundo elemento da matéria ali está registrada com a força e beleza das ondas daquele mar que banha a Europa e a África. Pedro nos trouxe também da Espanha, um vídeo feito por uma equipe de artistas, poetas, músicos, fotógrafos, cinegrafistas, apresentando bailarinas que, no fundo de uma piscina, realizam uma dança subaquática. Este vídeo será mostrado pela primeira vez no Brasil a convite da Galeria Lemos de Sá, durante a inauguração da exposição “Fotografia e Natureza”.
Fogo
Jayme Reis , aliando o seu espírito de aventura ao fazer artesanal, já percorreu com seus barcos, mares nunca dantes navegados e, numa proeza de fotoshop, construiu um grande barco com 3 pequenos barcos. Sua ligação com a fotografia veio da necessidade de ampliar seu espaço criativo para outras regiões, registrando idéias e formas poéticas.
Nesta exposição, Jayme está mostrando o fogo, o elemento da matéria que destrói e constrói ao mesmo tempo. O fogo, usado desde os primórdios de nossa civilização, tem uma profunda conotação espiritual em várias tradições. Fogo é luz, é aquecimento, é mudança. Ele, ao mesmo tempo que consome o que é velho, faz despertar o novo com todo o seu potencial energético. Jayme fez uma fogueira de móveis velhos de um antigo ateliê, consumindo rascunhos, restos de trabalhos.  As fotos desta exposição nos mostram o fogo crepitando em várias situações.
Ar
O tema do meu trabalho, para esta exposição, é o ar, o quarto elemento da matéria. Há 40 anos moro no alto das montanhas. Aqui construí uma casa e um atelier de artes plásticas que, no momento, abriga a sede do IMHA (Instituto Maria Helena Andrés.
Da minha casa posso ver as montanhas que se perdem de vista e, nas noites de tempestade escuto o vento que derruba as árvores e sacode as vidraças. Este mesmo vento burilou esculturas num passado longínquo, indicando a direção das pedras do leste para o oeste, do oriente para o ocidente. Percorrer as montanhas com uma pequena câmera, registrar o “aqui e agora” das manhãs e tardes, passou a ser também uma segunda vertente do meu paisagismo abstrato.
Para a exposição, escolhi o local onde tive, há 40 anos atrás o primeiro impacto das montanhas.
Neste local, perto da capela, com a ajuda do meu amigo e artista Jayme Reis, pude fazer fotos que poderiam ser ampliadas para a exposição.
Éter
Coube à curadoria de Marília Andrés Ribeiro, realizar a síntese deste trabalho, selecionar artistas, incentivá-los, buscar um local adequado para cada um dentro da galeria. O papel do curador é importante na arte contemporânea, onde ele atua como se fosse o regente de uma orquestra. É trabalho muitas vezes anônimo, mas de grande importância para o resultado final de uma exposição.

Pode significar o quinto elemento da matéria, o éter, que permeia tudo e coordena os outros elementos de forma invisível.

*Fotos de Maria helena Andrés, Eymard Brandão, Jayme Reis e Pedro Ariza

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