segunda-feira, 19 de setembro de 2016

AUGUSTO RODRIGUES E A ARTE NA EDUCAÇÃO II


As palavras de Augusto Rodrigues nos fazem refletir sobre Arte e Educação:

“O processo da educação se objetiva, quando se abrem janelas para que o homem veja a integração arte/ciência como algo normal em sua vida, a começar pela descoberta de seu próprio corpo como um laboratório prodigioso e capaz de fazê-lo compreender o universo, chegando normalmente à descoberta e escolha de suas próprias vocações. Mas, como irei me identificar com o universo se, antes de tudo, não me identifico com o microcosmo que sou eu mesmo, que é meu corpo como síntese do universo?”

Para nos compreendermos como síntese do universo, devemos começar com a educação de todas as potencialidades contidas em nosso corpo, de nossos movimentos e vibrações mais sutis. Somente compreendendo a grandeza do mecanismo de nosso próprio corpo: de nosso psiquismo e de nossa mente com todo o seu potencial, poderemos alcançar a realização de nós mesmos como seres humanos, vivos e habitantes de um planeta. A verdadeira paz “em escala planetária”, brota espontânea deste conhecimento de nós mesmos. Só então seremos livres e poderemos repetir como o oráculo de Delfos: “Conhece-te e sê livre”. A liberdade interna e a redescoberta do homem interior, é o que Augusto Rodrigues semeou entre as crianças na sua Escolinha de Arte do Brasil. A sua semente germinou, atingiu e influenciou diversas escolinhas de arte.

A experiência de Augusto Rodrigues visava o desenvolvimento de pequenas comunidades, através da criação de três centros estimuladores de um processo de transformação. Estes centros compreendiam:

1     A criação da Casa da Memória, que recolhia depoimentos de todos os homens e mulheres acima de 50 anos, buscando dar uma visão da história e do desenvolvimento socioeconômico e cultural da comunidade. Este primeiro centro procurava valorizar o homem como um ser criador do nascimento à morte e restabelecer o diálogo entre os jovens e aqueles que, em função da idade, são depositários de uma rica experiência de vida.

2     O segundo centro seria a casa das “Artes do fazer”, estimulando as experiências do fazer da comunidade.

3     O terceiro centro seria a Aldeia das Descobertas, instalada na área rural, atraindo as crianças para a redescoberta da natureza.

O plano visava a integração do homem com a natureza, consigo mesmo e com seus semelhantes, através da abertura de consciência e da descoberta das possibilidades do indivíduo. Esses pequenos núcleos criativos seriam a base para uma formação da comunidade como um todo harmonioso e integrado.

As propostas de Augusto Rodrigues só poderiam ser atingidas em plenitude, se as forças se coordenassem, não através da violência e da coação, mas da compreensão e do aproveitamento de todas as energias vitais do homem. Isto porque, para haver realmente progresso, é necessária uma colaboração de todas as forças vivas do planeta em que vivemos, sem distinção de raças, nacionalidades, crenças e idades.

*Fotos da internet

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