segunda-feira, 9 de abril de 2018

PINTURA MODERNA VI


 A arte moderna desprendeu-se da contingência representativa. A figura passou a ser usada como um elemento plástico e não com o intuito de representar alguma coisa. Os artistas utilizaram-se da figura, dando-lhe uma conformação diferente, ou mesmo dispensando-a por completo. 

O fato de existir ou deixar de existir a figura, nas telas modernas, não aumenta nem diminui o seu valor. Porque os elementos plásticos de cores e linhas continuam a existir, e é por meio deles que a ideia criadora se faz representar. As formas do mundo real são reinventadas, submetendo-se apenas às exigências do quadro. A figura passa a ter um significado pictural e não narrativo.

         "Quando pinto um vaso", dizia Braque, "não é para fabricar um utensílio suscetível de conter água. Os objetos são recriados para um novo destino: o de participarem do quadro."

         Braque compunha seu universo das coisas mais simples. Eram vasos, frutas, guitarras coloridas que lhe despertavam a fantasia; uma simples cadeira de jardim podia transformar-se num arabesco, obedecendo apenas às exigências do próprio quadro, no sentido de uma composição equilibrada e segura.

         O cubismo, valorizando uma composição menos impulsiva, mais intelectual, manifestou-se como forma de arte essencialmente estática.

         Contrapondo-se a esta ausência de movimento, surgiu nova corrente artística, denominada futurismo, onde a sensação de velocidade predominava à frente de tudo.

         O ritmo alucinante da vida moderna que se iniciava contribuiu para isto, e os futuristas foram de certo modo os precursores artísticos das conquistas mais recentes do homem, no campo do espaço.

         O desenvolvimento da arte no século XX tem correspondido ao desenvolvimento intelectual, psíquico, científico e técnico do homem. Idéias contraditórias, valores novos, surgem a cada instante. Em busca de novas realidades, as correntes artísticas também nascem, crescem e morrem, deixando nos museus e galerias, nos colecionadores e amantes da arte, a autenticidade daqueles que se empenham no caminho da renovação e do progresso.

         Algumas correntes chegam até nós renovadas, outras são de pouca duração. (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)

*Fotos da internet

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