segunda-feira, 21 de maio de 2018

PINTURA MODERNA IX


 Criar antes de tudo, jogando com os recursos mais simples e mais próximos, usando sugestões, às vezes, chocantes ao público pela falta de lógica dos elementos usados, dá uma dimensão diferente e, às vezes, paradoxal à arte do momento.
         A figura, por tantos e tão longos anos abandonada pelos artistas, ressurge, violenta e trágica, na nova figuração, extremamente realística ou vulgar na Pop-Art vinda dos Estados Unidos, lírica ou erótica, no realismo fantástico.
         Em sua violência, a nova figuração retrata nossa época de guerras e ameaças constantes.
         A sensibilidade do artista nem sempre está voltada para o que há de lírico e romântico no mundo. No meio da tensão em que vivemos, surgiu uma arte agressiva, pouco agradável à vista, traduzindo em linguagem artística um expressionismo brutal nascido do impacto de uma revolta.
         A Pop-Art, de inspiração dadaísta, surgiu quando os recursos do tachismo se viram diminuídos.
         Rosenquist, um dos iniciantes e mais conhecidos pop-artistas, compõe quadros de grandes dimensões com objetos do uso diário, procurando deles tirar uma visão artística bastante nova e às vezes chocante da vida moderna atual.
         Rosenquist isola o fragmento. Raramente se vê alguma coisa inteira em seu trabalho. O que o separa dos surrealistas é a técnica cinematográfica de "close" e montagem.
         Rauschemberg, o artista americano, que conquistou em Veneza o grande prêmio de arte, em 1964, usa fotografias por ele mesmo tiradas, e em técnica de colagem ou "silk screen" procura anexá-las a outros elementos da vida real, formando um conjunto harmonioso de sugestões diversas.
         Com pinceladas largas, estabelece a ligação entre esses elementos, fundindo-os num todo bastante emocional e romântico.
         Neste despontar de novas tendências o surrealismo toma impulso, e, sob a denominação de arte fantástica, procura no subconsciente o seu mundo de imagens e símbolos.
         Não querendo representar apenas problemas formais estéticos, os seguidores da arte fantástica reclamam também para o pintor o direito de falar através da pintura, de fazer poesia, de, com diz Félix Labisse, "cavalgar as nuvens do maravilhoso e as cavernas do inconsciente". (Trecho do meu livro “Vivência e Arte”, editora Agir, 1966)

*Fotos da internet

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